Américo de Oliveira Costa nasceu em Macau aos 22 de agosto de 1910, entretanto foi criado e educado aqui em Mossoró. Continuando sua educação em Natal e Recife, muito cedo perdeu seus pais, senhor Pedro Vicente da Costa e senhora Vitória Alves de Oliveira.
Após a morte dos pais veio para
Mossoró onde foi recebido com muito carinho, ainda criança, pelo Dr. Eufrásio
de Oliveira, juiz de direito nesta comarca e sua mulher senhora Amélia.
O menino sentou nos bancos do
memorável Colégio Diocesano Santa Luzia, onde abeberou os seus primeiros
conhecimentos humanísticos. Parafraseando Shakespeare “a vida nos faz dono dos
nossos destinos”.
Ali tomou conhecimento dos
substantivos, dos objetos diretos e indiretos, dos verbos irregulares que ainda
hoje nos infernizam; conheceu no velho e amado Diocesano do Padre Sátiro o
quadrado da hipotenusa, o valor da raiz cúbica, o início das leis de Isaac
Newton, que sem conhecer o motor criou a sua terceira lei, lei esta que hoje é
obedecida ao pé da letra nos aviões a jato; conheceu o estreito de bósforo, a
cultura dos Caldeus e da Mesopotâmia, Tigre e Eufrates.
Em Natal e em Recife o salto foi maior
ainda. Em 1931, já acadêmico de Direito, logo depois iniciou sem orgulho, sem
soberba, sem prepotência, com muito estudo, criterioso como causídico,
obsessivo ao escrever, ao resgatar a memória.
Além de advogado, foi Procurador do
Estado, professor da Escola Doméstica de natal, membro da Academia
Norte-Rio-Grandense de Letras e primeiro ocupante desta cadeira na nossa
Academia Mossoroense de Letras.
Segundo Vicente Serejo, Américo não
gostava de ver livros em sebos – a estranha vida dos títulos raros e esgotados
– jogados fora pelas viúvas, sim, é a primeira coisa que é feita, desfazer-se
dos livros do falecido, do finado, que os tinha com um amor maior, isso talvez
explique o ciúme das mulheres com os homens e os livros, mas deixemos isso para
Freud.
Em primeiro de julho de 1966 o seu
coração parou.
O homem que melhor interpretou e
historiou Câmara Cascudo, nosso folclorista de renome internacional, deixava
definitivamente esse plano e ia para a poeira cósmica, onde todos um dia se
encontrarão.
Senhores confrades, minhas senhoras e
meus senhores, agradeço sensibilizado a honra que me coube de imortalizar na
nossa memória nomes que fizeram a construção literária do nosso conhecimento,
ser culto e ter cultura é singular, sinônimo de denodo e dedicação, que começa
na infância e não termina nunca.
Muito obrigado.
PONTO DE VISTA
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